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Foto do escritorLucas Figueiredo de Melo

RESUMO - Intervenção em áreas Históricas - Século XVIII ao XXI


Final do século XVIII, França.

A proteção e salvaguarda das obras de arte por meio de leis e discursos literários na França, do final do século XVIII, influenciaram as doutrinas do campo da conservação nos séculos seguintes. O objeto obra de arte, portanto, passa a ser ampliado, no entanto, permanece as divergências entre os princípios de restauro que deveriam ser aplicados em conjuntos edificados da antiguidade e do medievo. Duas vertentes podem ser citadas:

1- Anti-intevencionista, que defende a preservação das ruínas como elas chegam a nós, mesmo que mutiladas, defendida por Ruskin.

2- Intervencionista, que defende uma cuidadosa restauração, cujo francês Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc é o maior destaque com sua contribuição prática e escrita.


Século XIX

Com a obra “Primera Carta del Restauro” (1883), o italiano Camilo Boito, teria feito uma síntese das duas doutrinas ao postular a manutenção da pátina ou os sucessivos acréscimos no tempo e também conferir prioridade ao presente e a legitimidade da restauração com a marcação das intervenções.

Uma grande contribuição teórica para o campo do restauro é a do austrícaco Alois Riegls, com sua teoria dos valores e outros conceitos referentes a conservação moderna.


Século XX

As ideias do italiano Gustavo Giovannoni, constantes na obra “Vecchie città ed edilizia nuova”, publicada pela primeira vez em 1931 procura superar a oposição entre conservação e inovação, entre o desenvolvimento da ciência e da técnica e o crescimento econômico, entre a dinâmica do setor imobiliário urbano (interesse privado) e a atuação do setor governamental (interesse público), estabelece elementos conceituais e instrumentais de suma importância e aplicabilidade.

A cidade por Giovannoni é entendida como obra de arte coletiva, ela não é inteiramente velha, mas também não é absolutamente nova. Em escala de edifício, o monumento não está isolado e, portanto, o resguardo do ambiente construtivo e paisagístico seria o caminho para mantê-lo como uma coisa viva. A cidade moderna, contém um caráter diverso da antiga, especialmente em face das necessidades de circulação. A relação entre os meios de transporte e o desenvolvimento edilício é considerada como um dos pontos centrais para fazer a ligação entre a antiga e a moderna cidade. A descentralização seria, portanto, a maneira de criar outros lugares em continuidade com o centro histórico.


Carta de Veneza 1964 – Carta Internacional Sobre Conservação e Restauração De Monumentos e Sítios.


Declaração de Amsterdã 1975 – Congresso do Patrimônio Arquitetônico Europeu.

Em 1975 é escrita a carta de Amsterdã que reformata o objeto e os conceitos de salvaguarda, considerando como passível de se tornar patrimônio não somente as construções isoladas de um valor excepcional e seu entorno, mas também os conjuntos, bairros de cidades e aldeias, que apresentam um interesse histórico ou cultural. Nos anos 1970 a ideia de conservação também se amplia para o ambiente natural, tornando-se como um documento de referência o “Relatório de Brundtland”, de 1987. O objeto não é mais apenas o monumento ou o centro histórico, mas também o elemento não edificado e o ambiente natural.


Carta de Atenas

O documento conhecido como Carta de Atenas foi redigido no IV CIAM que aconteceu em Atenas no ano de 1933.

Os CIAMs – Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna foram realizados até a Segunda Guerra, após 1945 não tiveram grande relevância. Foram no total 10 congressos que abordaram temas de complexidade crescente, iniciando com as condições mínimas de alojamento até culminarem na cidade funcional.

A Carta de Atenas é um apanhado geral das teorias do Urbanismo Racionalista ou Funcionalista. É possível identificar na redação traços do socialismo utópico, da Bauhaus, de Ebenezer Howard, Tony Garnier, etc.

É quase unânime entre os críticos o fato de que, na verdade, a Carta não trazia nenhuma novidade. Países como os EUA, Alemanha, Suécia, Rússia, Holanda e França já aplicavam os preceitos da Carta há vários anos. A inovação ficou mesmo por conta da abordagem às questões de Patrimônio Histórico

O documento final foi redigido por Le Corbusier. O tema do congresso de 1933 foi “Cidade Funcional”. Havia uma intenção de renovação de função e de estética para os espaços em geral.

O contexto social era o enfrentamento da destruição reflexo do pós-guerra, com destaque para o grande déficit habitacional. Os temas mais relevantes do debate foram:

propriedade privada cumprindo seu papel social, submetida ao interesse coletivo, planejamento regional e intra-urbano, zoneamento definido a partir das funções, tamanho e densidade das cidades, verticalização das construções localizadas em áreas verdes, erradicação da rua-corredor, racionalização, industrialização da construção por meio da padronização de elementos e componentes.


As discussões culminaram na famosa teoria de organização espacial obedecendo as distintas atividades humanas básicas: trabalhar – habitar – cultivar o corpo e o espírito – circular. Acreditava-se firmemente que as decisões tomadas na prancheta poderiam guiar as cidades e até mesmo a vida dos indivíduos de maneira direta e completa.

Uma marca importante da carta é a prevalência dos meios de transporte individuais em detrimento dos coletivos.


Nova carta de Atenas

Em 1998 foi redigido um documento intitulado A Nova Carta de Atenas e em 2003 houve mais uma atualização. De autoria do Conselho Europeu de Urbanistas, CEU, a Nova Carta coloca os cidadãos em posição central das tomadas de decisões em relação às cidades; os urbanistas passam a orquestrar o desenvolvimento em parceria com profissionais de múltiplas áreas. O novo documento aborda:

Transformação rápida das cidades e o emprego da tecnologia para auxiliar o planejamento. Planejamento estratégico e desenvolvimento sustentável ganham destaque. Redes urbanas, cidades policêntricas. Importância do transporte coletivo. Preservação e destaque dos valores culturais. Envelhecimento da população, acessibilidade, necessidade de infraestrutura. Equilíbrio ambiental. Redução das desigualdades sociais.


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Carta de Washington 1986

Carta de Petrópolis 1987

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